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Site Autárquico de Beja

Caminhos de Santiago

 

Os Caminhos de Santiago Alentejo e Ribatejo atravessam dois territórios muito distintos nos costumes e tradições, na forma de viver das gentes, na cor das paisagens, nas experiências que proporcionam, mas partilham uma genuinidade e singularidade que os diferencia de todos os outros e ajudam a definir as fronteiras do país.

 

CAMINHO NASCENTE

Percorrer os Caminhos de Santiago Alentejo e Ribatejo esconde a promessa de uma aventura, de descobertas inusitadas, do desvendar de uma história que a memória preservou, uma história que se desenrola a cada paragem. Percorrer os Caminhos é reviver essa história nas marcas que o passar do tempo não foi capaz de apagar, é transformar o viajante no espectador de uma narrativa que se conta no património material e imaterial, nas terras, vilas e curiosidades, na gastronomia, nas gentes e nos seus costumes, os que já foram e os que continuam a ser e, ao mesmo tempo, no participante da mesma, incapaz de resistir aos encantos que vai desvendado.

Mais do que caminhar, é conhecer uma terra de paisagens que, ainda que diferentes, partilham o facto de serem únicas, repetindo-se apenas nas recordações que delas ficam.

Conhecer os Caminhos de Santiago Alentejo e Ribatejo é, mais do que uma viagem, uma experiência que marca, que fica, que se guarda. E que se quer repetir.

 

AMENDOEIRA DA SERRA  => CABEÇA GORDA (ETAPA 4)

Não se conhecem as origens da aldeia de Cabeça Gorda, já no concelho de Beja, mas há dados históricos que dão conta da sua criação ser muito anterior ao nascimento de Portugal, provavelmente durante a época da ocupação árabe, que teve início no ano 702 d.C.

Criada com o nome de Nossa Senhora da Conceição da Rocha, é hoje conhecida como Cabeça Gorda, designação popular que se acredita estar associada à sua toponímia: cabeça derivando de “cabeço”, o mesmo é dizer, monte, e gorda porque ser assim a largura da mesma. E situada num “monte grande” está, de facto, esta aldeia, que se localiza no ponto mais alto da região.

Definida por uma paisagem típica do montado alentejano, com destaque para o vermelho dos terrenos argilosos, que acompanham o viajante ao longo do estradão, os vestígios da Ordem de Santiago encontram-se também no brasão da aldeia, que apresenta, entre duas luas verdes, a cruz vermelha da Ordem.

Entre esta e a aldeia “gémea” de Salvada, a escassos dois quilómetros de distância, muita história do Período Islâmico e da posterior reconquista se fez por aqui, nos arrabaldes de Beja. História que deixou os seus vestígios, gravados no nome de ruas, como a Rua da Estalagem, a relembrar que, outrora, Cabeça Gorda já foi local de apoio para viajantes.

 

EVENTOS E PONTOS DE INTERESSE

Festival do Cogumelo Silarca − Março

Aniversário da Freguesia – Abril

Prova de BTT Terras de Mato – Maio

Semana Cultural – Julho/Agosto

Festas em Honra de S. Luís – Agosto

Igreja Matriz de Cabeça Gorda

Jardim do Moinho de Vento

Parque Biológico da Cabeça Gorda

O Centro de Interpretação dos Recursos Naturais localiza-se no Parque Biológico do Perímetro Florestal de Cabeça Gorda e da Salvada, uma propriedade de 324,8 ha de responsabilidade das Juntas de Freguesias homónimas. Este espaço foi historicamente, como muito do Alentejo, ocupado pelas culturas cerealíferas e o pastoreio intensivo provocando um crescente empobrecimento dos solos. Por forma de reverter esta situação, em 1958 foi aprovado o projeto de arborização para o Perímetro, que hoje está completamente arborizado, sendo as espécies mais dominantes o sobreiro e o eucalipto. O projeto tem como objetivo geral a valorização e a promoção do património ambiental e rural do Perímetro Florestal de Cabeça Gorda e da Salvada, qualificando este espaço como uma área de referência com vocação para a realização de atividades culturais, pedagógicas e de lazer em espaço rural e de natureza.

 

ENTIDADES MUNICIPAIS

Câmara Municipal de Beja: +351 284 311 800

Junta de Freguesia da Cabeça Gorda: +351 284 947 294

Junta de Freguesia da Salvada: +351 284 947 114

 

CONTACTOS ÚTEIS

Emergência: 112

Incêndios Florestais: 117

Bombeiros Voluntários de Beja: +351 284 311 660

Guarda Nacional Republicana: +351 284 947 113

Proteção Civil de Beja: +351 284 313 050

 

CABEÇA GORDA => BEJA (ETAPA 5)

Esta é uma etapa curta e relativamente plana até Beja, o que nos permitirá dedicar algum tempo a descobrir a imensa riqueza patrimonial e cultural da capital do Baixo Alentejo e a recuperar do maior esforço dos dias anteriores. Estamos em plena planície das ricas terras vermelhas de Beja, sempre muito disputadas ao longo dos séculos pelos diversos povos que as ocuparam. Não se admire portanto se, ao longo do Caminho, encontrar alguma equipa de arqueólogos a desvendar mais algum vestígio de ocupação dos povos do Neolítico, islâmicos ou romanos, sempre com muitas histórias e lendas associadas.

Capital de distrito, Beja, conhecida por Pax Julia – pois foi aqui que Júlio César formalizou a paz com os Lusitanos no século I a.C. – foi conquistada definitivamente entre 1232 e 1234, mas, nessa altura, o território da antiga diocese de Pax Julia estava repartido pelas dioceses de Évora e de Badajoz.

A primeira conquista ocorreu em 1162, mas só na primeira metade da centúria seguinte é que a cidade passou definitivamente para a posse portuguesa.

Os vestígios da Ordem de Santiago são bem visíveis nos azulejos com a vieira, até chegarmos à maior silhueta da cidade, a torre de menagem no Castelo de Beja, onde está instalado o Posto de Turismo. A estrutura original do castelo é muito antiga, mas as ampliações e restauros mais significativos datam do século XIV, pela mão dos comendadores e mestres da Ordem de Santiago, a quem o rei D. Fernando ordenou, em 1372, que realizassem obras.

A imponente torre de menagem, que ainda hoje singulariza a silhueta de Beja, porque se eleva a 40 metros de altura, data do final do reinado de D. Dinis e tem semelhanças com a também imponente torre de menagem do castelo de Estremoz, pela presença de adarve com matacães no terraço. A alcáçova de Beja possuía ainda duas portas e um perímetro pentagonal, no qual se construiu a Casa do Governador. O conjunto articulava-se com um sistema mais complexo de muralhas urbanas, providas de 40 cubelos e 7 portas, algumas das quais deveriam acompanhar o traçado da muralha tardo-romana (como se evidencia nas Portas de Avis).

Logo abaixo, no Largo São Tiago, está a Igreja de Santiago, que desde 1925 desempenha o papel de Sé Catedral.

 

EVENTOS E PONTOS DE INTERESSE

Ovibeja − Abril/Maio

Beja Romana - Maio

Festival Internacional de Banda Desenhada – Maio

Festival B - Junho

Palavras Andarilhas − Setembro

Patrimónios do Sul – Outubro

Castelo de Beja

Convento de Nossa Senhora da Conceição/Museu Regional de Beja

Convento de São Francisco

Hospital da Misericórdia/Hospital de Nossa Senhora da Piedade

Igreja da Misericórdia

Igreja de Nossa Senhora da Conceição (Santa Maria da Salvada)

Igreja de Santo Amaro/Núcleo Visigótico do Museu Regional de Beja

Igreja Santiago/ Catedral de Beja

Passos de Beja

Ribeira de Terges e Cobres

Rio Guadiana

Ponto de Biodiversidade

Uma grande diversidade de répteis e anfíbios proporcionará a delícia dos herpetologistas, ocorrendo na área do Concelho de Beja algumas espécies de enorme interesse como a cobra-de-capuz (Macroprotodon cucculatus) ou a cobra-de-pernas-pentadáctila (Chalcites bedriagai). Embora em baixas densidades, será possível observar a rara osga-turca (Hemidactilus turcicus) e o cágado-de-carapaça-estriada (Emys orbicularis).Entre os anfíbios merecem destaque o sapinho-de-verrugas-verdes-ibérico (Pelodytes ibericus) e o sapo-parteiro-ibérico (Alytes cisternasi). Existe ainda uma enorme diversidade de insetos, dado que o clima mediterrânico da região é propício a eclosões ao longo de praticamente todo o ano, oferecendo possibilidades infinitas para a fotografia de natureza, na disciplina de macrofotografia.

 

ENTIDADES MUNICIPAIS

Câmara Municipal de Beja: +351 284 311 800

União de Freguesias de Santiago e São João Batista: +351 284 313 100

União de Freguesias de Salvador e Santa Maria: +351 284 313 100

 

CONTACTOS ÚTEIS

Emergência: 112

Incêndios Florestais: 117

Bombeiros Voluntários de Beja: +351 284 311 660

Cruz Vermelha portuguesa: +351 284 322 484

Guarda Nacional Republicana: +351 284 310 770

PSP – Polícia de Segurança Pública: +351 284 313 150

Comando Distrital de Operações de Socorro de Beja – Proteção Civil: +351 284 313 050

 

BEJA  => CUBA (ETAPA 6)

Beja serve de ponto de partida para mais uma etapa, que termina em Cuba, vila com vários atrativos. Desde logo, no largo onde se situa o Turismo, descobrimos a controversa estátua de Cristóvão Colombo, da autoria do escultor Alberto Trindade, inaugurada em 2006 e que pesa uma tonelada e meia. Segundo uma investigação histórica, Cuba foi local de nascimento e batismo de Salvador Fernandes Zarco, filho ilegítimo de um nobre de Beja, e que terá adotado o nome espanhol de Cristóvão Colon para servir, a mando do rei português, como espião na corte espanhola. O enredo – descrito em exposição patente no posto de Turismo – é complexo mas verosímil, e explica, entre outras “coincidências”, porque é que o famoso descobridor terá dado o nome de Cuba à ilha em que aportou nas Caraíbas, para além de outros nomes de origem alentejana que utilizou em outros “baptismos”.

Outros encantos tem Cuba, como o chafariz e lavadouro público, construído no século XX, que serviu quem chegava a Cuba vindo de Beja, instituindo-se mesmo como um complexo social de grande importância.

A atual configuração do chafariz data de 1923, conforme inscrição na empena, única parcela mais monumental, marcada por três aberturas, a central mais ampla e enquadrando quatro bicas em forma de leão. O lavadouro situa-se por trás do chafariz e anexo à mãe de água.

Fundada provavelmente no século XVI, o essencial da Quinta e capela de São Pedro data da centúria seguinte, época em que a capela se transformou num destino de romaria local. O aspeto tardo-barroco da fachada principal foi conferido numa campanha de obras realizada por volta de 1804. É um edifício de assinalável impacto cenográfico, com frontaria antecedida por galilé e flanqueada por duas torres esguias. Anexas à igreja existem casas para os romeiros.

De origem medieval, a igreja foi totalmente reformulada a partir de 1572, ano em que o Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa, assinou contrato com o mestre pedreiro Manuel Gonçalves. O resultado foi um templo majestoso, de grandes dimensões, com fachada principal ladeada por duas grandiosas torres escalonadas. O interior é de nave única abobadada, reforçada por contrafortes, e profusamente decorado com azulejaria polícroma datada de 1665. O retábulo-mor é já da primeira metade do século XVIII, com acrescentos rococó. Em 2003, a sacristia foi transformada em espaço museológico para albergar o tesouro da igreja.

 

EVENTOS E PONTOS DE INTERESSE

Feirinha Gastronómica de Vila Alva − Agosto

Festas em Honra de N.ª Sr.ª da Rocha (Cuba) − Agosto

Festas em Honra de Sta. Maria (Vila Ruiva) − Agosto

Festas em Honra de S. Luís (Faro do Alentejo) − Agosto

Feira Anual de Cuba − Setembro

Represa Romana

Perto do entroncamento entre as estradas de Cuba/ Vila Alva/Vila Ruiva, à esquerda de quem segue para Vila Alva a poucos metros da ermida, hoje chamada Nossa Senhora da Represa, aparece um grosso paredão, em opus incertum com a orientação leste-oeste. A tradição popular julga os alicerces de uma grande igreja que teria sido construída em honra de Nossa Senhora da Represa, obra nunca concluída pela preferência que a imagem da Senhora teria demonstrado pela igreja de S. Caetano, erguida a poucos metros.

 

ENTIDADES MUNICIPAIS

Câmara Municipal de Cuba: +351 284 419 900

Junta de Freguesia de Vila Ruiva: +351 284 495 178

 

CONTACTOS ÚTEIS

Emergência: 112

Incêndios Florestais: 117

GNR Cuba: +351 284 249 217