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Site Autárquico de Beja

 

CONCEITO

Promover a relação da comunidade com o seu passado como forma de estimular o sentimento de pertença, fomentando o conhecimento da história e do património de Beja no período romano. 

O Festival Beja Romana desenvolve-se em 5 eixos principais: educação para o património; promoção de atividades produtivas contemporâneas inspiradas no passado romano; promoção do conhecimento científico; desenvolvimento de um programa de animação inspirado no passado histórico de Pax Julia e valorização da oferta gastronómica de base mediterrânica  

O evento Beja Romana tem como objetivo celebrar os primeiros tempos daquela que foi a importante cidade romana de Pax Julia.  

Pax Julia era a capital de um dos três conventus iuridicus (circunscrições territoriais jurídico-administrativas em que se subdividiam as províncias) que existiam no atual território português, a única a sul do Tejo. Era a cidade com o estatuto administrativo e jurídico mais importante na região. Os vestígios arqueológicos encontrados por toda a cidade, particularmente abundantes no que se refere à cidade romana, confirmam a grandeza e imponência que Pax Julia deve ter possuído, consonante com o estatuto que tinha. 

O Festival Beja Romana pretende celebrar o passado romano reavivando a memória e o universo romano dos ilustres pacenses. 



OBJETIVOS

  • Aproximar a comunidade aos valores da cultura local, contribuindo para o aprofundamento do sentimento de pertença e para o enraizamento do sentido identitário; 
  • Promover a educação para o património, nomeadamente do período histórico romano; 
  • Implementar e desenvolver dinâmicas colaborativas entre instituições, com particular destaque para os agrupamentos de escolas do concelho; 
  • Favorecer um ambiente de diálogo e aproximação das instituições municipais com a comunidade em geral; 
  • Promover o conhecimento do património histórico da cidade de Pax Julia através da divulgação dos museus, sítios e vestígios arqueológicos; 
  • Dinamizar o centro histórico e a economia local da cidade através da realização de um evento de caráter cultural e recreativo que promova o turismo cultural; 
  • Incentivar o conhecimento através da realização de iniciativas de caráter científico; 
  • Desenvolver um evento de qualidade que possa contribuir para a diversidade e qualidade da agenda de eventos de Beja e da região; 
  • Posicionar a Beja Romana como um evento de referência no âmbito das recriações associadas ao período romano; 
     

As atividades enquadradas na Beja Romana procuram responder a estes desafios. 

Beja volta a receber a Beja Romana, de 26 a 28 de maio de 2023.  

Este ano, uma das novidades são atividades pedagógicas exclusivamente destinadas à comunidade educativa, no dia 25 de maio, que antecedem a abertura oficial do evento, proporcionando a oportunidades das crianças e jovens usufruírem em pleno das mais diversas atividades que permitem aprofundar o conhecimento do passado romano, nomeadamente da cultura e organização de Pax Julia. 

 

A PROPOSTA 

Este ano, com o tema Pax Romana: Guerra, Paz e Domínio do Território, a comunidade organiza-se para a grande festa que concilia um programa animado e divertido com uma programação pedagógica e científica. Música, cortejos, rábulas e performances, malabares, danças, acepipes, oficinas de cozinha, exposições, conferências, visitas guiadas a museus e sítios arqueológicos, são alguns exemplos de atividades que podem ser fruídas durante os 3 dias do festival.  

Algumas personagens da antiga Pax Julia, que a investigação histórica e arqueológica trouxeram ao nosso conhecimento, integram o programa do festival.   

 

O ENQUADRAMENTO 

Quem a Beja chegasse há dois mil anos sabia que chegava a Pax Iulia, cidade em momento de franco progresso. Do povoado da Idade do Ferro não se fez tábua rasa, como parecem fazer crer alguns vestígios que se terão mantido de pé, e nos quais se poderá ainda ver um santuário em que a água seria elemento central. Mas o Império crescia e consolidava-se, e com isso Pax Iulia ganhava estatuto e importância no contexto peninsular. Entre investigadores, prevalece o consenso de que entre os anos 31 e 15 a.C. à cidade terá sido atribuída o estatuto de colónia, garantindo-lhe prestígio e uma importância excecional na província da Lusitânia e na Hispania Romana. Uma moeda de bela cunhagem local, com o busto do imperador Augusto no anverso e a legenda de PAX IVL no reverso, é testemunho desse tempo, de uma progressiva monetização da economia e sinal da crescente estabilidade e conectividade garantida pela Pax Romana. Este conceito de Paz Romana surge em textos de vários autores clássicos, Séneca, o Jovem, por exemplo, que por volta do ano de 55 d.C. pretende com esta designação descrever um período de relativa paz e estabilidade que surgiu dentro do Império Romano desde a ascensão de Augusto ao poder único até à morte do imperador Marco Aurélio em 180 d.C., já num contexto difícil de crescentes ameaças à estabilidade do império. De difícil apreciação, esta Pax Romana será acima de tudo um conceito propagandístico, não obstante ser indiscutível o contraste com os conflitos incessantes dos anos da República, e, a partir de finais do século II d.C., do momento em que o império, nas palavras de um historiador romano, Dião Cássio, inicia a sua decadência de “um reino de ouro para um reino de ferro e ferrugem.” 

Construída nos braços da guerra permanente, sustentada pela imposição de novos modos de vida, controlos burocráticos, intimidações militares, e outros recursos comuns a vários governos imperiais ao longo da história, o Império de Roma e a sua Pax Romana não deixaram de ter desafios, mas admite-se que pelo menos durante dois séculos, a hegemonia conquistada garantiu tempo e espaço para se impusesse uma relativa pacificação política e uma certa homogeneidade de práticas culturais e sociais.  

O comércio floresceu, e com esse florescimento muito terá beneficiado Pax Iulia, cidade no centro do sul da Lusitânia, uma província com capital em Mérida, e terra de bons barros que justificaram uma intensificação da exploração agrícola, como testemunham as abundantes villae cujos vestígios se encontram hoje dispersos pelo seu vasto território. Daqui exportava-se vinho, cereais, azeite, mas também muito minério, com os cursos fluviais, sobretudo o Guadiana e o Sado, a servirem de vias de expansão desta colónia romana, capital de conventus, para o vasto mundo Mediterrânico.  

Com a riqueza então gerada, e como ostentação do seu estatuto, Pax Iulia tornou-se uma cidade monumental. Os vestígios arqueológicos encontrados ao longo do tempo e as importantes escavações das últimas duas décadas no centro da cidade atual, colocando a descobertos vestígios de um fórum romano cujo templo principal é o maior descoberto até hoje em território português, contribuem para consolidar a ideia de Pax Iulia como a mais importante cidade do sudoeste da Península Ibérica no período romano. 

 

 

O ENVOLVIMENTO 

Várias associações e entidades locais colaboram na preparação da Beja Romana.  

O ateliê de costura do Centro Social do Lidador, da Universidade Sénior e das freguesias rurais, no âmbito do projeto Com_Vida, confecionam trajes e adereços para o festival. A Cercibeja prepara fíbulas, coroas e outros adereços.  

Associações e entidades recebem formação para contextualização histórica das diferentes atividades que vão apresentar no programa da Beja Romana (teatro, dança, técnicas de combate).   

Diversos clubes e associações desportivas coreografam danças com os seus atletas, professores prepararam os alunos para guiarem os visitantes num roteiro histórico pela cidade.  

Oficinas de culinária romana ensinam como se confecionam alguns pratos da cozinha romana, inspirados nas receitas do livro de Cozinha de Apício.  

A comunidade sénior das freguesias rurais, prepara atividades intergeracionais, sob a coordenação do projeto Com_vida onde se destacam os jogos romanos.  

Várias entidades e artesãos começam a produzir peças de artesanato para o mercado (Liga Portuguesa Contra o Cancro, Centro Social do Lidador e Centro de paralisia Cerebral). 

O Município de Beja e a EDIA vão às escolas partilhar conhecimento sobre a ‘Herança Romano’ no território, uma formação que visa aprofundar  o conhecimento  das crianças e jovens sobre Pax Julia. 

 

 

ATIVIDADES PARA A COMUNIDADE EDUCATIVA
25 DE MAIO

Beja regressa ao período romano de 26 a 28 de maio e já conta com a VIII edição da Beja Romana. Este ano o dia 25 de Maio dedicado especialmente à comunidade escolar. 

A iniciativa da Câmara Municipal de Beja que tem como parceiros estratégicos e co-organizadores o Agrupamento de Escolas nº2 de Beja e o Agrupamento de Escolas nº1 de Beja, integrando também os seus contributos no evento. 

Este ano no dia dedicado à comunidade escolar, o Município oferece uma programação repleta de atividades e experiências inspiradas no legado romano para as escolas, no Largo da Conceição e Largo de S. João. 

Entre as 10h-12h/14h-16h os alunos podem “viajar” pelos Roteiros - paxjulia romana – Beja no tempo dos romanos (Agrupamento de Escolas nº2 de Beja), ou conhecer mais sobre esta cultura, através da maleta pedagógica do Museu Rainha D. Leonor. 

Existirão também oficinas pedagógicas e de arqueologia experimental. A EDIA promove, ainda, uma oficina sobre o aproveitamento das águas e destacam-se também as oficinas de grafiti romano com pigmentos semelhantes aos da época, construção de grinaldas e tecelagem romana.  

Os alunos poderão visitar o acampamento militar romano (Largo da Conceição), o museu ao vivo com os ofícios tradicionais romanos e experimentar os jogos romanos, através de uma experiência intergeracional com o Projeto COM_VIDA.